domingo, 8 de abril de 2012

Os Discípulos de Emaús


UM FATO EXTRAORDINÁRIO


Dom Fernando Arêas Rifan*

A Páscoa, maior festa religiosa do calendário cristão, é a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz.
Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão
e morte de Cruz cheguemos à glória da Ressurreição”. O Calvário não foi o fim.
Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa
da alegria e a da esperança na vitória futura.
Como figura,
esta festa já existia no Antigo Testamento. Era a celebração da libertação da
escravidão do Egito, na qual sofreram os israelitas, povo de Deus, por muitas
gerações, sendo libertados por Moisés que, por ordem do Senhor, fulminou os
egípcios com as célebres dez pragas. Na última dessas pragas, na passagem do
anjo de Deus (Páscoa quer dizer passagem, em hebraico), os egípcios foram
castigados com a morte dos seus primogênitos, ao passo que os hebreus foram
poupados pelo sangue do cordeiro que imolaram, conforme o Senhor havia
prescrito. Todos os anos, em ação de graças, eles repetiam, por ordem de Deus,
essa ceia de Páscoa: milhares de cordeiros eram imolados na sexta-feira antes
da Páscoa.
São João Batista, ao apresentar Jesus ao
povo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” Esse
Cordeiro de Deus, numa sexta-feira antes da Páscoa foi também imolado,
realizando, com o seu sangue, a libertação do mundo do pecado, ressuscitando no
terceiro dia. Essa é a nossa festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de
Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus, o fim do Antigo Testamento e o começo da
nova Aliança entre Deus e os homens, o início da Igreja.
“Se se considera a importância que tem o
sábado na tradição do Antigo Testamento, baseada no relato da criação e no
Decálogo, torna-se evidente que só um acontecimento com uma força
extraordinária poderia provocar a renúncia ao sábado e sua substituição pelo
primeiro dia da semana. Só um acontecimento que se tivesse gravado nas almas
com uma força fora do comum poderia haver suscitado uma mudança tão crucial na
cultura religiosa da semana. Para isso não teriam bastado as meras especulações
teológicas. Para mim, a celebração do Dia do Senhor, que distingue a
comunidade cristã desde o princípio, é uma das provas mais fortes de que aconteceu
uma coisa extraordinária nesse dia: o descobrimento do sepulcro vazio e o
encontro com o Senhor Ressuscitado” (Bento XVI – Jesus de Nazaré II).
Feliz
e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus
Cristo nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu, onde
todos esperamos nos encontrar.

*Bispo da Administração Apostólica
Pessoal

São João Maria Vianney

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